Rápidas vespertinas

– Estou um tanto ocupado com a organização de uma mostra sobre o cinema de terror e fantástico aqui na UFG. Em breve publico a programação.

– Ao mesmo tempo comecei a dar aulas no mestrado. É bom poder aprofundar alguns temas importantes para a moçada da pós, sem querer diminuir os passeios teóricos cheios de alegria da graduação. Ir fundo tem suas vantagens.

– E olha o que eu encontrei num texto do Eagleton sobre cultura:

Elevar a cultura acima da política – ser homens primeiro e cidadãos depois – significa que a política deve se mover para uma dimensão ética mais profunda, valendo-se dos recursos da Bildung e transformando indivíduos em cidadãos apropriadamente responsáveis e de boa índole. Essa é, embora em um nível um pouco mais alto, a retórica das aulas de Educação Cívica. No entanto, uma vez que “humanidade”, aqui, significa uma comunidade livre de conflitos, o que está em jogo não é apenas a prioridade da cultura sobre a política, mas sobre um tipo particular de política. A cultura, ou o Estado, são uma espécie de utopia prematura, abolindo a luta em um nível imaginário a fim de não precisar resolvê-la em um nível político. Nada poderia ser menos politicamente inocente do que um denegrecimento da política em nome do humano. Aqueles que proclamam a necessidade de um período de incubação ética para preparar os homens e mulheres para a cidadania política são também aqueles que negam a povos colonizados o direito de autogovernar-se até que sejam “civilizados” o suficiente para exercê-lo responsavelmente. Eles desprezam o fato de que, de longe, a melhor preparação para a independência política é a independência política.

Boa votação no domingo!

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